Terapias com Animais

Introdução

Estudos recentes têm mostrado que o uso de animais tais como, cães, gatos, pássaros, cavalos, burros, golfinhos, etc., representa um contributo importante para o bem-estar social e psicológico das pessoas.

As relações humanas, neste mundo apressado em que vivemos, negligenciam muitas vezes o toque, o contacto físico, o olhar nos olhos, etc. No entanto, estes comportamentos são de extrema importância para garantir o nosso bem-estar emocional. O toque, por exemplo, dizem os estudiosos destas questões, aumenta a nossa auto-estima, e desenvolve no ser humano, sentimentos de proximidade, segurança e confiança pelo seu congénere e o meio envolvente.

A utilização de animais como parte de um programa terapêutico foi primeiro registado no século IX, em Gheel, na Bélgica, onde pessoas com necessidades especiais foram pela primeira vez autorizadas a cuidar de animais domésticos. Nos anos 60, graças ao psicólogo infantil americano, Boris Levinson, assiste-se ao ressurgimento da terapia baseada em animais.

Considera-se que a origem da Terapia Assistida com Animais (TAA) remonta a Inglaterra onde, no final do século XVIII, foi aplicada numa instituição, no âmbito do tratamento de doentes mentais ali internados.


Dadas as suas características comportamentais e morfológicas, os animais de eleição para este tipo de programas são o cavalo (hipoterapia ou equinoterapia) e o cão (cinoterapia), embora também comecem a utilizar-se burros (asinoterapia), gatos, aves e golfinhos.


Em Portugal, a TAA começa a ser uma aposta forte, aplicada por exemplo em crianças com autismo ou a Síndrome de Down, e no acompanhamento a idosos e adultos jovens com problemas diversos, quer funcionais, quer psicológicos, ou que, simplesmente, se sintam sozinhos. Uma outra vertente de aplicação deste tipo de terapia são os programas de reabilitação de reclusos.

As terapias assistidas com animais foram desenvolvidas há mais de 40 anos, sendo hoje praticadas em todo o mundo. Em Portugal, estamos ainda a dar os primeiros passos. A Terapia Assistida por Animais recorre a diferentes animais como auxiliares de terapias e processos de aprendizagem sendo uma mais-valia em variadíssimos casos: crianças, jovens em risco, deficientes, idosos, doentes em fase terminal, presidiários, mulheres e crianças maltratadas, etc. É utilizada com um objectivo e um contexto multidisciplinar como a Fisioterapia, a Psicologia, a Terapia da Fala ou a Pedagogia, por exemplo.


Estudos realizados comprovam que as pessoas que possuem animais de estimação têm menos gastos em despesas médicas, são menos propensas a problemas cardíacos, recuperam melhor de cirurgias, têm menos problemas de colesterol e stress, e um nível mais reduzido de problemas cardiovasculares. A simples presença de um animal em casa trás benefícios, tais como:

1 – Gera sentido de responsabilidade. No caso das crianças, por vezes, a primeira responsabilidade que lhes pode ser atribuída é cuidar, alimentar, passear e escovar o seu animal de estimação;

2 – Reduz os problemas em casais;

3 – Promove o relaxamento de tensões físicas, mentais e emocionais;

4 – Aumenta as defesas do organismo.

Está provado que a presença e o contacto com animais de estimação aumenta a produção de endorfina no organismo, favorecendo o alívio das dores e o bom humor.”

O que é um animal terapia?

Trata-se de um animal que pelas suas características comportamentais e/ou morfológicas, aliado a um treino específico permite a recuperação de traumas ou auxilia na aprendizagem. Actua geralmente com a supervisão do dono ou treinador preparado para a sua função.

Um animal de terapia deve ser calmo e inspirar confiança em quem o irá manejar, deverá sustentar o olhar das pessoas, gostar de que lhe façam festas, o abracem e toquem, mantendo-se calmo perante movimentos bruscos e barulho alto. Um animal que rosne, fuja, demonstre impaciência ou seja nervoso não servirá para trabalhar. Se não interage, não poderá auxiliar ninguém.



Para que serve?

Trata-se do recurso a animais em programas de apoio, que auxiliam a recuperação física ou psicológica de crianças e adultos. Os seus principais objectivos são:

1. Idosos em lares

2. Pessoas fragilizadas fisicamente ou hospitalizadas.


3. Crianças e adultos com problemas de aprendizagem ou com deficiência mental


4. Crianças e adultos fragilizados psicologicamente


5. Crianças provenientes de famílias em risco e adultos com problemas sociais e de adaptação.

Publicada por Projecto: Bem-Estar Animal em 11:00:00


Hipoterapia

Hipoterapia significa "tratamento com ajuda do cavalo", procura estabelecer uma transmissão contínua de movimentos entre o dorso do cavalo e o cavaleiro, sendo reconhecidos os efeitos positivos, quer em termos físicos quer em termos psíquicos.
O grande porte do cavalo cria uma oportunidade natural para ultrapassar o medo e desenvolver a confiança, uma vez que oferece, muitas vezes, intimidação.
Os cavalos são animais muito sensívelis aos estados emocionais e têm uma capacidade única de compreenderem o que as pessoas sentem, nomeadamente através da linguagem corporal. É por esta razão que o comportamento do cavalo se modifica consoante o tratamento que recebe das pessoas que com ele se relacionam. Sendo o cavalo um animal honesto, ele transmite mensagens bastante fortes.

Esta abordagem terapêutica inovadora em Portugal é trazida pela @titude, uma agência prestadora de serviços na área da Prevenção Primária do uso e abuso de álcool, tabaco e outras drogas (ATOD), como também no Tratamento e Reinserção Social de indivíduos com perturbações derivadas da utilização de substâncias ou com perturbações do comportamento alimentar (anorexia e bulimia), jogo patológico, co-dependência ou com outro tipo de adições (sexo, “love addiction”, trabalho, compras e Internet).
Historicamente, os benefícios da Equitação Terapêutica são vistos desde 460 AC. Sendo altamente difundido na Europa, desde 1960, esta forma de atividade terapêutica tomou forma nos Estados Unidos através da estruturação dos centros da NARHA (North American Riding for the Handicapped Association), e mais recentemente com a formação da AHA (American Hippotherapy Association).
O objetivo não é ensinar técnicas de equitação específicas e sim estabelecer melhores funções neurológicas e melhor processamento sensorial. Assim, os participantes percebem suas potencialidades, minimizam suas deficiências, e tem como proposta uma vida melhor, mais feliz e com maior integração social.

 Os clientes que podem se beneficiar da hipoterapia são portadores das seguintes patologias: Paralisia Cerebral, Síndrome de Down, Esclerose Múltipla,  atraso no desenvolvimento neuropsicomotor, traumatismos Crânio-encefálicos, Acidentes Vasculares Cerebrais, Autismo, dificuldades em aprendizagem,  fala e de atenção, Espinha Bífida, distúrbios visuais e/ou auditivos , distrofias musculares, Retardo Mental, desordens Emocionais, amputações.

Os principais BENEFÍCIOS físicos, mentais, sociais e emocionais observados em crianças submetidas à Equitação Terapêuticas são: melhora o equilíbrio, a postura, o controlo motor, a mobilidade, a concentração, o processamento dos pensamentos, a habilidade para articular as emoções e orientação espacial.

Publicada por Projecto: Bem-Estar Animal em 11:04:00

Cinoterapia

Os cães são muito usados em terapia, inclusivamente raças injustamente vistas como más, como o rottweiler, que pela sua autoconfiança e autodominio é um excelente animal de apoio e usado pelas equipas de terapeutas.
As suas visitas permitem um aumento da auto-estima e do bem estar. Crianças com problemas tornam-se mais abertas e comunicativas .
O simples facto de acariciar um cão ou gato é calmante e parte da recuperação passa pelo bem estar psicológico. Um cão ou um gato numa enfermaria pediátrica humaniza o ambiente ainda mais que a simpatia das enfermeiras.
Um cão, um gato ou uma ave, são por vezes o único suporte dos idosos sem familia e a sua razão última de viver, diminuindo a sua carga de ansiedade e evitando depressões.
Nas escolas, existir um animal ao cargo de uma turma (sempre, note-se sob a supervisão de um professor) aumenta a auto-estima e o sentimento de pertença ao grupo das crianças, bem como de responsabilização perante a sociedade.
Os cães tem sido usados como facilitadores para profissionais das áreas de:  Terapia Ocupacional; Fisioterapia;  Psicologia; Fonoaudiologia; Pedagogia e Psiquiatria.

Publicada por Projecto: Bem-Estar Animal em 11:03:00

Asinoterapia

A introdução do burro nos processos terapêuticos desenvolveu-se na década de 70 em países como a Suíça, Inglaterra, França, Itália, Estados Unidos, entre outros. Esta técnica terapêutica permite a estimulação a nível cognitivo, físico, motor e afectivo.
Ao procurarmos compreender o burro, a sua forma de pensar e de agir, ao mesmo tempo que tentamos fazer com que ele nos entenda, estamos a realizar o exercício de nos colocarmos no seu lugar. Por outras palavras, estamos a exercitar uma nova forma de linguagem e de comunicação. No momento em que nos aproximamos do burro é necessário fazê-lo com humildade, respeitando os tempos do animal. Devemos fazê-lo gradualmente, sem movimentos bruscos, falando suavemente e sempre pela frente, para que o animal nos veja. Este exercício de nos colocarmos no lugar do outro, isto é, de sermos empáticos, é extremamente construtivo e saudável a nível emocional para o ser humano.
Esta terapia ajuda-nos a respeitar o que é diferente de nós, mas que de alguma forma precisa de nós, e ao mesmo tempo, nos complementa.

Publicada por Projecto: Bem-Estar Animal em 11:02:00